Amor de verão

on sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Nossos lábios se encontravam, consumando todo o amor que sentíamos um pelo outro. Os pêlos do meu braço e nuca eriçavam-se ao ouvir o sussurrar de suas palavras em meu ouvido; sua voz era como ser acariciado por um anjo e repousar nas nuvens. Era bom ter a certeza de que ela me fazia feliz, e somente a sua presença era o motivo de eu estar vivendo naquele momento. Era reconfortante poder ser também amigo dela, porque assim eu podia contar tudo o que acontecia em minha vida. Desde os problemas que meus pais enfrentavam até as disciplinas escolares que me faziam querer desistir da escola. E ela estava lá, sempre me apoiando. Por vezes ela adivinhava meus pensamentos, ou completava minhas frases. Nós éramos, sem dúvida, a parte que faltava em cada um.
Muitas vezes eu me pegava pensando se nós ficaríamos juntos para sempre. Nosso amor tinha apenas um verão de duração, mas era algo mais forte do que eu já havia sentido por qualquer outra pessoa. Porém o mundo em que vivemos nem sempre nos encoraja a seguirmos com o que acreditamos e com o que queremos para nós mesmos.
Com o fim do verão, Juliet - e esse era seu lindo nome - teve de voltar para sua cidade. Esse, sem dúvida, era o maior dos problemas em continuar nosso relacionamento. Eu a amava, mas nunca dissera isso para ela.

***
Nosso último encontro ocorreu na mesma praia em que demos nosso primeiro beijo. Só Deus sabe como eu me sentia naquele momento. Estava nauseado, meu coração batia brutalmente, assolando todo e qualquer tipo de coragem que eu estava tentando criar para poder falá-la sobre meus sentimentos. Ao chegar na praia ela já estava esperando-me. Seus cabelos longos, ondulados e dourados esvoaçavam com o forte vento que nos alcançava. Ela vestia um vestido praiano cor de creme, e usava uma pulseira de tecido em seu tornozelo esquerdo. Seus olhos brilhavam em um castanho tão intenso que me fazia sentir apaixonado por ela toda vez que nossos olhares se cruzavam.
Deus, como eu poderia?! Como conseguiria dizer que a amava, sabendo que não nos veríamos tão cedo? Na verdade eu não sabia se ao menos voltaríamos a nos ver. Engoli em seco e tentei suportar o nó que se formara em minha garganta. Eu tinha de ser forte e perguntar se ela queria dar continuidade ao que sentíamos. Eu precisava saber o que ela sentia.
Por um breve momento ficamos nos olhando. Foi o breve momento mais longo da minha vida. Percebi então que o amor era assim mesmo: confuso, frustrante, por vezes aterrorizante. Mas também era reconfortante, revigorante, algo que faz nossa vida ser mais viva, mais brilhante. O amor é a estrela mais bonita de uma noite estrelada. É a brisa que traz a felicidade em uma noite de verão. É o brilho da lua que faz nossos olhos brilharem.
Não foi difícil. Não doeu. E não morri quando as palavras saíram de minha boca:
- Juliet, eu amo você.

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