Quando dois mundos colidem - Colisão

on sexta-feira, 28 de maio de 2010
Parte III - Colisão

A verdade era que naquele exato instante eu me sentia completamente sintonizado àquela garota. Era como se todo o meu corpo estivesse ligado à ela; como se eu tivesse passado toda a minha vida esperando por ela, e agora esse momento finalmente chegara. Era um sentimento muito estranho, um mistério para meus neurônios. Eles simplesmente não sabiam se deveriam sentir dor, ou se deveriam alegrar-se; suar frio ou acelerar os batimentos cardíacos?
Peguei-me estagnado pela sua beleza. Cabelos escuros e curtos, olhos cinzas e brilhantes, e uma pele rosada e suave. E com certeza havia algo a mais. Fiquei surpreso ao notar que ela estava saindo do carro e caminhando em minha direção. E o melhor: estava sorrindo.
- Tudo bem? - foi o que ela perguntou. Palavras faltaram em minha boca e meus pulmões esqueceram o que era o ar por um instante.
- Tudo - foi tudo o que consegui dizer.
Ela então acenou para as outras pessoas que estavam a acompanhando no carro. Eram dois homens e uma mulher. O que estava dirigindo possuía um topete meio estranho, óculos escuros - apesar de estar de noite -, e uma jaqueta de couro à la anos 60. O outro homem era ruivo, com algumas sardas e pele clara, e vestia uma roupa um tanto social. E a outra mulher possuía longos cabelos loiros e um corpo escultural. Todos pareciam um pouco assustados ao olharem para mim.
- Mas como isso é possível? - o ruivo perguntou aos outros.
- Eu não faço ideia - respondeu a loira.
Após um breve momento em silêncio, o que foi uma cena um tanto embaraçosa para mim, que só queria refletir um pouco ao ar livre e acabara me deparando com um grupo de pessoas espantadas por, ao que parece, a minha simples presença, a linda mulher tornou a falar:
- O que você acha, Lloyd? Acha que ele é um de nós?
O homem de jaqueta preta olhou para mim com um olhar analítico e respondeu:
- Não parece ser um de nós. Isso me intriga.
- Então como ele...? - falou o homem ruivo, muito confuso.
E afinal, quem seriam aquelas pessoas? Por que estariam tão impressionadas comigo? E por que eu estava me sentindo tão atraído por aquela mulher que eu nunca havia visto em minha vida? Era um sentimento novo, e eu não sabia nomeá-lo.
- Vocês... qual é o problema? - perguntei aos desconhecidos que ali estavam estagnados olhando para mim.
Todos hesitaram a responder, e todos olharam para o homem de jaqueta preta. Era como se ele desse as ordens no grupo. Até que o suposto líder da trupe dirigiu sua palavra à mim:
- Nós somos fantasmas.

0 comentários:

Postar um comentário